Eu vim fazer um anúncio

Marison Ranieri
3 min readMay 10, 2024

DOIS MIL E VINTE E QUATRO. Um baita ano. Vi um show da minha banda favorita ao vivo. Participei de uma publicação corporativa sobre preservação de idiomas indígenas. Dei entrevista. Publiquei meu primeiro livro.

E que experiência doida que é publicar, diga-se de passagem. Lidar com as críticas sem se colocar no fundo do poço, aceitar os elogios sem parecer um babaquinha arrogante, enfrentar o diabinho da autossabotagem.

A vida de um escritor se sustenta entre esforço, talento, sorte e dinheiro. Com apenas dois desses pilares, já se pode publicar. Com três, há chances boas de ser, de certa forma, bem-sucedido. Com os quatro, já se tem a garantia de um best-seller… mas quem realmente tem todo esse dinheiro?

Escrever é complicado. É beber de várias fontes literárias, buscando o sumo de originalidade entre os clássicos, os novos, os experimentais e os conservadores. É aceitar que o brasileiro lê pouco. É criar uma marca e sorrir pras redes sociais. Construir uma rede de contato com outros autores. É sentar a bundinha na cadeira e embaralhar as palavras do dicionário mental pra tentar trazer sua perspectiva artística para o mundo. É estar mais próximo da lordose do que do sucesso.

Tudo isso enquanto a maior parte dos holofotes se voltam para frases de efeito. Trocadilhos românticos. Reels ao som de I’ll never forget you, they said we’d never make it, my sweet joy, always remember me. Muita poesia meia-bomba por aí, regurgitada por gênios autoproclamados que são marqueteiros demais para admitir que se acham assim.

E como saber se, na verdade, não sou eu que sou esse escritor paumolístico? Como ter 100% de certeza de que o amigo que comprou meu livro de fato acredita na minha poesia (e não só o fez por um sentimento de obrigação afetiva)?

Talvez o foco seja valorizar aqueles que estão ao seu lado, independentemente do motivo.

No fim, todos esses pensamentos me levaram a uma decisão com relação à minha carreira literária. Não posso mais manter o status quo, continuar a publicar sem refletir diariamente se estou no caminho certo.

E a decisão é:
Estou me juntando ao time de escritores de uma revista virtual, a IS Impérios Sagrados. Ao me conectar com a “Impérios”, faço parte de um coletivo que se dedica a levar literatura engajada ao mundo, abraçando narrativas que valorizam minorias.

Aqui no Medium, alguns poemas meus serão publicados também por lá, e essa vai ser uma oportunidade massa pra dar mais visibilidade às minhas produções e receber ainda mais críticas (assim como elogios, porque ninguém é de ferro). Desta forma, vou poder melhorar como escritor, repensar minha técnica e tentar ser a minha melhor versão possível.

Rolem os dados!

--

--